Padrão Ilustrado - Bull Terrier Standard

Desenhos por Cynthia Lord Ruddy

Conteúdo originalmente publicado por: The Bull Terrier Club Of America

Prefácio

O Cachorro Bull Terrier apresenta algumas dificuldades para criadores e juízes preocupados em atingir as qualidades chamadas Padrão de criação. Isso vem principalmente da necessidade de se ver o animal como um todo, porque o todo é muito mais importante que os detalhes. O estudioso sério deve ver a perfeição tanto no cão parado como andando, só no olhar. Uma vez visualizado o ideal, o animal que chegar mais próximo às virtudes positivas é o que atingirá sucesso nos shows e no final das contas atingira sucesso na procriação. Somente o animal que possuir virtudes de cabeça, osso, substancia, beleza, movimentação e temperamento passará suas características adiante para as próximas gerações. Faltas no Bull Terrier são ponto de partida para a construção ideal, e a gravidade da falta está em proporção direta ao ponto de partida. A nossa raça não é uma raça na qual o sucesso ou o fracasso repousa em uns poucos pêlos coloridos, um canino extra, ou um incisivo desalinhado. Os escritores do Padrão do Bull Terrier tiveram uma atitude positiva sobre as virtudes que devem ser apresentadas. Isso leva a responsabilidade para os criadores e juízes no sentido de desenvolverem a visualização ideal do Bull Terrier, e então desenvolver a habilidade para encontrar os animais cuja soma de virtudes preencha mais de perto o ideal. Muito pouco foi escrito no padrão do Bull Terrier no que se refere à faltas, e não há lugar para “julgamento em cima de defeitos” exceto quando a decisão esta entre dois animais de mesma virtude ou quando a falta é num grau que prejudica o animal severamente na saúde, função ou aparência.

Nós ilustramos essas virtudes essenciais neste padrão, que são comumente vistas como divergentes. Nenhum animal é retratado. Esperamos que isso ajude o leitor no desenvolvimento do entendimento do tipo e conformação apropriada, com o objetivo final de aprimorar os Bull Terriers!
W.E – Mackay-Smith
White Post, VA.

Outubro,1991.

Antecedentes da Raça

Por T.J. Horner

Para que apreciemos todas as implicações do padrão é necessário saber um pouco sobre a mistura do Old Enlglish Bulldog, do White English Terrier (agora extinto, mas parecido em tudo com o Manchester Terrier menos na cor), o dálmata e possivelmente uma ou duas outras raças, com as características do Bull and Terrier predominando e ainda marcando presença nos dias de hoje.
Devemos agradecer o Buldog pela coragem e determinação do Bull Terrier, sua substância e ossos pesados, costelas em forma de barril e sua caixa toráxica funda, as mandíbulas fortes e a pelagem fina e curta. E também pelo brindle (tigrado), vermelho (baio), Black and Tan e possivelmente pela obediência. Nós devemos, entretanto nos queixar do Bulldog por certas características indesejáveis do seu corpo, pernas e patas que maltratam o Bull ao longo da Historia; crânio oval, prognatismo, olhos redondos e também pelo nariz despigmentado e outras falhas de pigmentação.
Os White English Terriers foram Terriers refinados e deram muitos pontos que indicam qualidade no Bull: os pequenos olhos pretos, orelhas levantadas, expressão viva, o contorno limpo com pernas retas e pés de gato, ombros apertados, joelhos bem dobrados, jarretes baixos e caudas de chicote, junto com a agilidade, inteligência e a pelagem branca pura.
Mas a partir do Terrier, herdaram uma tendência para leveza de construção, ossatura leve e a excitação demasiada por vezes encontrada.
A conformação foi melhorada com o uso do dálmata cujas pernas longas, boas patas e movimentação podem ainda ser reconhecidos nos Bull Terriers de hoje. Aqui novamente houve desvantagens, sem dúvida nenhuma na pelagem grossa herdada dessa fonte e talvez expressões mansas e pobres ainda encontradas na raça.
Bull Terriers remanescentes destes três tipos ainda serão vistos, todos eles obedecem às amplas exigências baseadas do padrão e todos são aceitáveis e úteis para corrigir exageros de tipo ou divergências do Padrão. Apesar do tipo Bulldog dar substância, o tipo Terrier juntar qualidade e agilidade e o tipo dálmata melhorar a conformação e o movimento. Excessos de um desses tipos não são desejados, o ideal é a mistura das boas características dos três tipos.
Soundness se refere a cães que nunca estiveram precisamente definidos. Nos Bull Terriers se refere geralmente a perfeição de esqueleto e músculos, como colocado no padrão de raça. Balanço.

Os Três Ingredientes

Esses três subtipos são essenciais para prover os ingredientes genéticos que produzem a combinação ideal de substância, balanço e beleza pedida no padrão do Bull Terrier.

Tipo Bulldog

Corpo, substância densa, e ossos pesados são exagerados no tipo Buldog.

Tipo Terrier

Qualidade, agilidade e balanço são virtudes primárias no limpo e compacto tipo “Terrier”.

Tipo Dálmata

Mais pernas, linhas do corpo mais extensas e longas, marcha característica do tipo dálmata.

Uma boa combinação dos três tipos com qualidade, beleza, balanço e densidade.

Aparência Geral

Standard

O Bull Terrier deve ser construído fortemente, musculoso, simétrico e ativo, expressão determinada e inteligente, cheio de fogo, mas com disposição doce e ameno à disciplina.

Discussão

O padrão abre com uma descrição geral, positiva e carismática do cão. O Bull Terrrier deve apresentar máxima substancia (o Maximo do cão em seu espaço disponível); denso, substancial, mas com balanço e agilidade. Deve dar a impressão de força, energia e rapidez. A expressão deve refletir essas projeções corporais: olhar positivo, penetrante e inteligente; posto em uma abertura triangular, produz uma expressão viva. O temperamento é parâmetro no Bull Terrier. Ele deve ser esperto, amigo, interessado no que acontece ao seu redor e nos seus domínios, mas NUNCA ser temperamental ou tímido.

A Cabeça

“A CABEÇA deve ser longa, forte e funda até o músculo, mas não enrugada; totalmente cheia, dando a impressão de uma cabeça em formato de ovo. O perfil deve ser levemente curvado do topo do crânio até o nariz. A testa deve ser achatada de orelha a orelha. A distância do nariz aos olhos deve ser perceptivelmente maior do que dos olhos ao topo do crânio. A mandíbula deve ser profunda e bem definida.

Os LÁBIOS devem ser limpos e apertados.

Os DENTES devem encontrar-se formando a “mordedura em torques” ou em tesoura. Na mordida em tesoura os dentes de cima devem encontrar-se a frente dos dentes de baixo bem próximo para que ranjam, fortes e perfeitamente regulares. Em torques os dentes de cima encontram os dentes de baixo em mesmo nível.

As ORELHAS devem ser pequenas, fortes, finas e postas bem juntas. Devem poder juntar-se eretamente, e apontar para cima.

Os OLHOS devem ser brilhantes e o mais escuro possível, com olhar penetrante: eles devem ser pequenos, triangulares e dispostos obliquamente; colocados próximos e no alto da cabeça do cão. Olhos azuis são uma desqualificação.

O NARIZ deve ser preto, com narinas bem desenvolvidas que apontem para baixo.”

Discussão

A aparência oval e as proporções da cabeça do Bull Terrier são muito importantes. Deve ter virtudes de força, ovalada e expressão penetrante para que o animal se aproxime do ideal.

O Perfil

De perfil a cabeça deve demonstrar linhas limpas, profundidade e perfil sem quebras como exigido pelo padrão e também deve ter profundidade e forca nos músculos e na mandíbula.

Uma excelente cabeça em forca e proporção: a distância dos olhos ao fim do nariz é notadamente maior do que dos olhos ao topo do crânio . O perfil demonstra uma curva clara e profunda com uma perceptível virada do nariz para baixo, chamada “Roman Finish” ou “Nariz Romano”.
Uma cabeça fraca com perfil profundo com uma curta e rasa mandíbula chamada normalmente de “mandíbula de porco”.
A cabeça tem um bom perfil, mas não exagerado com ótima força muscular do começo ao fim. Lábios limpos e apertados e uma mandíbula profunda complementam as boas virtudes de força e balanço desta cabeça

Standard

A Cabeça

“A cabeça deve ser oval e totalmente cheia, dando a impressão de abundância com uma superfície sem buraco, formato de ovo”

Discussão

De frente, a cabeça deve ser moldada em formato de ovo, sem buracos da base da orelha ao fim do focinho. O fim do focinho deve ser forte e largo. Mais força no focinho com menos curva de perfil é preferível a um perfil pronunciado com um focinho estreito se afilando em direção a um ponto.
Uma cabeça ideal com massa, força e equilíbrio. O Crânio é plano de lado a lado com orelhas pequenas, bem colocadas que apontam para cima. Nenhum buraco diminui o liso formato de ovo. Os olhos são bem postos, pequenos, escuros e triangulares.
Nesta cabeça falta massa debaixo dos olhos, portanto não possui formato de ovo. Os olhos são grandes e postos muito baixos na cabeça. O crânio é redondo e as orelhas são mal inseridas, apontando para fora. Os olhos grandes mal postos e as “orelhas de burro ” dão para esta cabeça uma expressão pobre.

Discussão

A expressão é uma característica fundamental no Bull Terrier. Junto com seu corpo denso, musculado, bem formado e cabeça corretamente moldada, o “olhar vivo” é responsável para fazer do cão o BULL TERRIER e não só um cão forte e corpulento. A colocação dos olhos deve ser inclinada e triangular, posta relativamente alta na cabeça, com um escuro e agudo olho. As orelhas acrescentam para a expressão em alerta e devem estar inseridas juntas e apontando para cima. Um Bull Terrier com orelhas de burro e olhos redondos e pálidos perde o intenso e alerta “olhar vivo” tão valioso para a raça.
A expressão é uma característica Orelhas pequenas e bem moldadas verticalmente, olhos triangulares e pequenos inseridos altos nesta cabeça em formato de ovo, criam a desejável expressão viva neste Bull Terrier.

Os Dentes

Discussão

A dentição se tornou mais um problema uma vez que o perfil tornou-se mais exagerado. Para acomodar um perfil de nariz muito curvado (e de alguma forma menor), a mandíbula teve que se tornar mais funda, longa e alargou-se na dentição posterior, ou tornou-se mais estreita (mandíbula de porco) o que permite que os incisivos da frente encontrem os cortantes, mas mantenha os caninos inferiores para dentro para prevenir que a boca não feche completamente e danifiquem ou firam o palato. Comumente faltam pré-molares nos Bull Terrier’s, possivelmente resultado da progressão genética para reduzir a mandíbula inferior e atingir um perfil cada vez mais exagerado mas que mantivesse a mordedura em tesoura. Uma mandíbula forte e profunda pode ser adequadamente balanceada por um focinho longo, largo e com o perfil correto para acomodar a dentição.
Esta é uma boca correta com os incisivos superiores (1) sobrepondo os incisivos inferiores bem de perto (2) os dentes caninos (3) corretamente colocados e completamente visíveis, com os pré-molares (4) presentes posteriores aos caninos.
Esta também é uma boca correta com os incisivos superiores e inferiores se encontrando em nível (torque).
Uma boca com uma falha pequena com um ou mais incisivos superiores próximos aos incisivos inferiores sem espaço entre si.

Prognatismo

Uma falta de boca mais severa com os incisivos inferiores bem a frente dos incisivos superiores e o canino inferior ao lado ou adiante do incisivo lateral.

Retrognatismo / Prognatismo Superior

O incisivos superiores estão a frente dos incisivos inferiores, deixando um espaço entre eles. Esta falta é mais severa quando o canino inferior esta atrás do canino superior como imaginado aqui.

Canino Fora do Lugar

Uma mordida em tesouras com um canino fora do lugar. O topo do canino não é visível quando as mandíbulas estão fechadas.

Boca Torta

Esta boca parece tesoura de um lado e prognata do outro, resultando em uma linha de dentição torta.

Discussão

Qualquer falha na boca somente deverá ser penalizada, precisamente de acordo com seu grau; uma avaliação correta deverá incluir a força e largura da mandíbula, o tamanho e regularidade dos dentes, a severidade de uma má oclusão, e a colocação dos caninos inferiores. Estes deveram ser sempre visíveis na frente dos caninos superiores e estar sempre por fora da gengiva superior. O deslocamento dos caninos inferiores pode ser danoso à saúde e doloroso ao cão como também prejudicial ao fechamento correto da mandíbula superior e inferior.

Standard

O Peito deve ser largo quando visto de frente e deve haver boa profundidade da cernelha ao peito para que o posterior esteja mais próximo do chão que a barriga. (A linha que vai do peito à barriga deve formar uma curva superior graciosa).
O Corpo deve ser bem arredondado com a costela bem saltada
As Costas devem ser curtas e fortes. As costelas profundas. Ligeiramente arqueadas em cima do lombo.

Os Ombros devem ser fortes e musculosos, mas sem serem pesados. Devem ser largos e planos e deve haver um declive muito pronunciado da extremidade do ombro para o topo do ombro. Atrás dos ombros não deverá haver nenhuma redução ou mergulho na cernelha

O Pescoço devera ser bem musculoso, longo, arqueado, se afilando dos ombros em direção à cabeça e não deverá ter a pele solta.

Discussão

A impressão global do Corpo do Bull Terrier devera ser de “Costas pequenas”, força compactada em linhas graciosas. A linha superior deve fluir continuamente da base das orelhas por um pescoço gracioso, amarrado suavemente à cernelha seguindo em leve elevação sobre um lombo bastante musculoso, terminando em uma curva suave em cima da garupa com a base da cauda inserida baixa.
Um cão de ponta com uma construção suavemente atlética. Seu pescoço é bem colocado, sua linha superior segue sem nenhum mergulho ou mudança abrupta de ângulo. Um peito profundo completa as linhas deste bem formado atleta.
Uma cadela bem formada com linhas muito graciosas.A linha superior segue sem nenhuma interrupção do pescoço sobre a cernelha com uma leve elevação em cima da garupa, terminando com uma cauda bem inserida. A linha inferior dela segue suavemente para trás debaixo do peito bem profundo, curvando-se para cima atrás da costela em direção a barriga.

Discussão

Um pescoço longo, curvado, cônico que sobe de um bem angulado ombro é uma característica muito agradável e um componente muito valioso para o equilíbrio, balanço e simetria. Um curto, vertical ou “pescoço de ovelha ” causado por um ombro muito vertical quebra a linha superior que deveria dar a impressão de curvas integradas e suaves em lugar de mudanças bruscas de ângulos e direção.
Este cão tem o pescoço, ombro e linha superior corretas. O pescoço é bem fixo e dá uma suave transição do ombro se inclinando para a cabeça. A cernelha esta atrás da linha vertical do cotovelo.
Um ombro reto com um pescoço mal colocado que sobe adiante da cernelha de uma linha vertical ao cotovelo.

Discussão

As costelas podem ser facilmente avaliadas de uma visão do topo, os lados do cão são curvados para fora para acomodar bem as costelas saltadas, curvando atrás das costelas para formar uma cintura discernível.
Olhar o cão por cima pode ser útil. Esta cadela demonstra boa curvatura das costelas, o fim da linha das costelas alcança a linha da cintura.
O Bull Terrier deve ser uma combinação de partes densas, mas suaves, conectadas por curvas graciosas. Cuidado com o cão pesado e doente, que tem um corpo longo e sem força e que falte às qualidades essenciais de um corpo atlético e compacto. Também tome cuidado com o cão que falte massa e substancia.
Falta substância e a costela é saltada, este cão também é muito vertical de ombro e alto na traseira.
Pescoço curto, ombro vertical e corpo longo contribuem para a falta de formato de corpo do cão.